O dilema do espaço urbano.
Historicamente, as
cidades originaram-se de um aglomerado de dormitórios para os operários das
indústrias, por isso, elas surgiram para atender aos interesses de poucos em
detrimento de muitos.
O Estatuto da Cidade,
lei federal nº 10.257/2001 regulamenta o capítulo da Constituição Federal
(CF/88) sobre a política urbana nacional. O objetivo deste Estatuto é garantir
o direito da população de participar e influenciar os caminhos da política
urbana, garantindo assim o bem-estar de toda a coletividade e a construção
do espaço urbano que as pessoas desejam.
O capítulo da CF/88
que versa sobre política urbana diz que é competência do Município instituir o
Plano Diretor, documento fundamental para nortear a efetividade do que
preceitua a Constituição e das leis abaixo dela.
Contudo, essa
municipalização da matéria enfrenta grandes obstáculos dentre eles estão:
· ausência de maturidade democrática da
população;
· o desconhecimento da capacidade para
participar e cobrar de seus representantes eleitos através do voto políticas
públicas de melhoria das condições de vida no município;
· e a própria falta de tempo das pessoas
em participar do processo democrático, frente às tarefas do dia a dia.
O curta metragem a
ilha de Alê Camargo, de 2008, aborda como o homem urbano, imerso na sua
rotina diária de trabalho e/ou estudo, está preso em si mesmo pelos suas pré
concepções em relação a cidade, como ele tem medo do que aparentemente é
diferente aos seus olhos e de interagir com outras pessoas e a sua fragilidade
frente aos desafios da vida cosmopolita.
Nessa direção, o filme mostra que uma das dificuldades de morar nas grandes cidades é o de atravessar a rua pela inúmera quantidade de carros no trânsito frenético e em muitos lugares da cidade nem sequer tem semáforos e faixas que deem o mínimo de segurança aos pedestres para cruzar a rua e muitos deles acabam colocando sua vida em risco ao transpassar em meio ao “mar” de carros.
Nesse sentido, o
Poder Público municipal deve estimular a participação direta da população na
elaboração do Plano Diretor através de: publicidade dos documentos e
informações produzidas; audiências públicas e debates com a população e com as
diversas associações; e o acesso a qualquer interessado a todos os documentos
elaborados garantindo a transparência.
Portanto, elaborar
estratégias para ordenação e controle do uso do solo urbano, é de fundamental
relevância para a sobrevivência desta e das futuras gerações. Nessa perspectiva
grandes empreendimentos imobiliários, por exemplo, shopping centers,
portos, aeroportos devem ser construídos em locais com infraestrutura adequada,
inclusive sinalização, que suporte a movimentação de pessoas e mercadorias,
prevenindo problemas maiores no futuro.
Referência:
BRASIL. Estatuto da
Cidade (2001). Estatuto da Cidade- lei 10.257. Brasília, DF: Senado Federal:
Centro Gráfico, 2001.
Comentários
Postar um comentário